Nesta adaptação para o teatro, Luís da Silva, funcionário público, escritor apenas por gosto e não como profissional, revive diariamente suas frustrações intelectuais, memórias de infância, desejos pela vizinha Marina e ódio de seu concorrente, Julião Tavares, que busca lhe roubar a mulher amada.
O enredo mergulha no estado psicológico do personagem, um homem complexo e atormentado que vira refém do ciúme e do ressentimento.
A obra tem como principal característica a descrição dos estados de alma de uma pessoa que se questiona o tempo todo, sobre si e o mundo, em estados de solidão e delírio.
“Angústia” se passa entre as décadas de 20 e 30, período em que o Brasil e o mundo passavam por grandes transformações. Entre elas: Semana da Arte Moderna – 192, Recente revolução russa, 1917, Revolução de 1930, Crise de 1929 e Economia Cafeeira.
A época marcou a consolidação do Brasil como República, e um dos objetivos de Graciliano Ramos em seu terceiro livro publicado era mostrar os traços da exploração da sociedade nesse período por meio da interação e convivência conflituosa de personagens residentes na área metropolitana da cidade de Maceió.